34ª Bienal no Parque Ibirapuera

27 Sep 2021
© Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Para além da parceria com 20 instituições culturais na cidade de São Paulo, a 34ª Bienal estende-se também pelo próprio Parque Ibirapuera, que abriga obras de sete artistas desta edição: Clara Ianni, Eleonora Fabião, Éric Baudelaire, Grace Passô, Jaider Esbell, Paulo Nazareth e Oscar Tuazón.

Confira abaixo a localização das obras no Parque e saiba mais sobre os projetos. 



As esculturas da série Growth Rings, do estadunidense Oscar Tuazon (1975, Seattle, Washington, EUA), foram as primeiras obras externas a serem instaladas, ainda durante o período de montagem da exposição principal. No início de agosto, quatro anéis de madeira foram distribuídos em diferentes pontos do parque: um deles perto da rampa lateral do prédio da Bienal, onde permanecerá até 5 de dezembro, e os demais próximos ao lago e ao lado do Museu Afro Brasil, uma das instituições parceiras desta edição da Bienal. O diâmetro de cada um dos anéis, entre 4 e 5 metros, foi definido pelo artista a partir da distância entre as árvores do parque Ibirapuera que ele escolheu para sustentar as esculturas. No dia 30 de agosto, as três esculturas que estiveram perto do lago foram movidas para dentro do Pavilhão Ciccilo Matarazzo, onde ficarão expostas até o encerramento da edição.  

Vista da obra Growth Rings de Oscar Tuazon na 34ª Bienal de São.Paulo. © Levi Fanan /Fundação Bienal de São Paulo



A obra Corte seco [Dry Cut], composta por uma série de nove esculturas de grandes proporções do artista mineiro Paulo Nazareth (muitas datas, Watu Nak, Vale do Rio Doce, MG), leva ao parque a representação, em grandes dimensões, de personagens históricos que se tornaram exemplos de resistência e luta contra opressões diversas que marcam este país: Aqualtune, Carlos Marighella, Dinalva, João Cândido, José Campos Barreto e Carlos Lamarca, Maria Beatriz Nascimento, Marielle Franco, Mário Juruna e Teresa de Benguela. As esculturas foram produzidas em chapas metálicas pintadas, e são fixadas a estruturas metálicas sobre bases de concreto. As peças estão posicionadas em pontos diferentes do Parque Ibirapuera, próximas às vias de circulação, e possuem medidas variadas, podendo chegar a onze metros de altura. 

Vista da escultura de João Cândido da série Corte Seco (2021), de Paulo Nazareth. Comissionada pela Fundação Bienal de São Paulo para a 34ª Bienal. © Levi Fanan /Fundação Bienal de São Paulo



O artista, escritor e produtor cultural indígena da etnia Makuxi Jaider Esbell (1979, Normandia, RR) apresenta, perto das fontes do lago, uma instalação de grandes dimensões composta por dois objetos infláveis em formato de serpente, estampados em cores vibrantes e com iluminação interna, medindo aproximadamente 20 metros cada. No xamanismo indígena, a cobra é considerada um “animal de poder” e está presente como força de cura, regeneração e transformação.

Vista da instalação Entidades (2021), de Jaider Esbell. © Levi Fanan /Fundação Bienal de São Paulo



A intervenção Derrubada, de Clara Ianni (1987, São Paulo, SP), consiste em uma instalação criada a partir dos mastros da Praça das Bandeiras, adjacente ao Pavilhão Ciccillo Matarazzo, onde eram hasteadas as bandeiras dos países participantes da mostra na época em que a Bienal era composta por representações nacionais (modelo extinto desde a 27ª edição, em 2006). Para a mostra, a artista propôs a criação de uma situação temporária e altamente simbólica, através da derrubada dos mastros e do rearranjo desses objetos deitados no chão, em posição perpendicular ao Pavilhão da Bienal. A restauração e reinstalação dos mastros, ao final da mostra, encerrará o movimento proposto para o trabalho.

Vista da instalação Derrubada (2021), de Clara Ianni. Comissionada pela Fundação Bienal de São Paulo para a 34ª Bienal. © Levi Fanan /Fundação Bienal de São Paulo



Já o projeto de Eleonora Fabião (1968, Rio de Janeiro, RJ), intitulado nós aqui, entre o céu e a terra, parte de uma colaboração com 26 instituições públicas da cidade, localizadas em um raio de 5 km de distância do Ibirapuera. Entre os dias 8 e 16 de setembro, foram realizadas performances nas quais cadeiras dessas instituições (dos setores de saúde, educação e cultura) foram levadas pelas ruas da cidade, suspensas por varas de bambu, até o Pavilhão da Bienal, onde permanecerão expostas até o encerramento da mostra. Os bambus utilizados na performance permanecerão enterrados durante os meses de duração da Bienal no Parque, em pontos determinados por uma intervenção gráfica realizada pela artista sobre uma fotografia aérea do Ibirapuera. Ao final da mostra, as cadeiras serão devolvidas, mas trocadas: nenhuma instituição vai receber sua cadeira original.

Vista da instalação nós aqui, entre o céu e a terra (2021), de Eleonora Fabião. Comissionada pela Fundação Bienal de São Paulo para a 34ª Bienal. © Levi Fanan /Fundação Bienal de São Paulo



Grace Passô (1980, Belo Horizonte, MG), por sua vez, propõe a instalação de uma rádio de poste nas imediações do Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Prática difundida em pequenas cidades, sobretudo do Nordeste do país, as rádios de poste são mecanismos alternativos para a circulação de informações de interesse público. A programação da rádio tem sido concebida pela artista e poderá ser escutada tanto dentro quanto fora da mostra. 

Vista da instalação Ficções Sônicas_1: TREMORES (2021), de Grace Passô. Comissionada pela Fundação Bienal de São Paulo para a 34ª Bienal. © Levi Fanan /Fundação Bienal de São Paulo



A bandeira Tão bonito como um Buren, mas um pouco mais longe (2019), do artista francês Éric Baudelaire foi criada por um grupo de estudantes de ensino fundamental da escola Dora Maar, em Saint-Denis, subúrbio de Paris onde residem principalmente imigrantes de primeira e segunda geração, inspirados por uma obra de Daniel Buren. Ao longo de anos, Baudelaire acompanhou e registrou em filme o amadurecimento desses estudantes, dando origem ao documentário Um filme dramático, que, juntamente com a bandeira e a videoinstalação Prelúdio a Um filme dramático, compõem o projeto Você pode tomar seu tempo, visto agora pela primeira vez na América do Sul.


Vista da bandeira Beau comme un Buren mais plus loin [Bonito como um Buren, mas mais longe] [As beautiful as a Buren but further] (2019), de Éric Baudelaire, na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
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