Lasar Segall Eterno caminhante

29 Jun 2019 16 Mar 2020 Museu Lasar Segall Exposição individual
Lasar Segall, <i>Eternos Caminhantes</i>, 1919. Acervo Museu Lasar Segall – Ibram/Ministério do Turismo
Lasar Segall, Eternos Caminhantes, 1919. Acervo Museu Lasar Segall – Ibram/Ministério do Turismo

De 29 de junho de 2019 e 16 de março de 2020, a exposição Eterno caminhante apresenta o acervo do Museu Lasar Segall como parte da rede de instituições parceiras da 34ª Bienal de São Paulo.

Lasar Segall (1889, Vilnius, Lituânia – 1957, São Paulo, SP) foi um artista que, como poucos, soube olhar com sensibilidade e empatia para o mundo a seu redor, conservando “muito aberto os olhos”, como uma vez declarou. Nascido em 1889 em Vilnius, atual capital da Lituânia, então sob domínio da Rússia czarista, era o sexto dos oitos filhos de Abel Guirchovitch Segall e Esther Godes Glaser Wulfovna. Aos 16 anos deixou sua cidade natal para dar continuidade aos estudos artísticos, estabelecendo-se em Berlim, onde estudou na Königliche Kaiserliche Akademische Hochschule für Bildende Kunst. O jovem artista ainda se matriculou na Hochschule für Bildende Künste Dresden, onde finalizou sua formação. Todo esse treino lhe forneceu notável proficiência técnica, equipando-o de um virtuosismo invejável. Como ele disse: “Sem técnica, sem conhecimento do método, o artista não fala – gagueja”. Emigrou definitivamente para o Brasil em 1923, dez anos depois de sua primeira passagem pelo país, quando expôs seus trabalhos em São Paulo e Campinas, naturalizando-se brasileiro em 1927. Com exceção dos quatro anos em que se radicou em Paris, de 1928 a 1932, Segall viveu aqui até sua morte, em 1957. No entanto, o ambiente de sua cidade natal, com suas múltiplas fés, línguas e tipos humanos, bem como o drama da emigração, o marcou por toda a vida, e ele dedicou parte de suas obras a temas como a experiência judaica, a noção de identidade, o exílio e a condição suspensa dos que são obrigados a deixar seus países. Nos trabalhos reunidos na exposição, o engajamento com essas temáticas fica explícito, bem como a identificação do artista com os emigrantes que, assim como ele, atravessaram o Atlântico em busca de melhores condições de vida na primeira metade do século XX.

Curadoria: Giancarlo Hannud

Saiba mais sobre o artista aqui.

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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